Justiça mantém prisão de 3 suspeitos de atear fogo a ônibus na Zona Oeste; 1 teve liberdade concedida
Quatro suspeitos passaram por audiência de custódia nesta quarta-feira (25). Um quinto homem passará por audiência nesta quinta (26). Além deles, um menor foi apreendido e levado ao Degase.
A Justiça do Rio manteve a prisão de três suspeitos de participar dos incêndios criminosos na segunda-feira (23) na Zona Oeste do Rio. Quatro das cinco audiências marcadas para a tarde desta quarta (25) foram realizadas, e uma ficou para quinta (26).
A decisão de converter as prisões em flagrante para preventivas foi tomada durante audiência de custódia, que teve início às 13h na Central de Benfica. Apenas um dos custodiados teve a liberdade concedida.
Permaneceram presos:
Daniel Vinícius Ferreira Anunciação – preso por organização criminosa paramilitar, incêndio e porte ilegal de arma;
Marlon Vanderson dos Santos Sacramento – preso por organização criminosa paramilitar, incêndio e porte ilegal de arma;
Jackson Alexandre Siqueira dos Santos – preso por organização criminosa.
A Justiça destacou que há “fortes indícios de que os custodiados participaram do ato causador do incêndio do caminhão na Avenida Brasil, na altura da Zona Oeste da Cidade.”
Já Yuri Celine Ferreira, que tinha sido preso por atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e organização criminosa, teve a liberdade provisória concedida pela Justiça, com aplicação de medida cautelar.
A família afirma que ele estava abastecendo a moto que usa para trabalhar quando foi detido pelos policiais. Ele terá de comparecer a juízo mensalmente para informar e justificar suas atividades, até que seja proferida sentença.
De acordo com parentes, Yuri trabalha como motoboy e não tem envolvimento com o crime.
Juarez Fontes Tavares Júnior, que foi preso por crime de dano, passará por audiência na quinta-feira, a partir das 14h.
Além deles, um menor foi apreendido e levado para o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase).
Outras seis pessoas foram liberadas por falta de provas que garantissem o flagrante.
‘Terrorismo’, diz Castro
O governador Cláudio Castro (PL) quer que os presos sejam enviados a presídios federais e classifica o episódio como terrorista. Castro quer que a pena para o crime de terrorismo seja endurecida.
“Outra frente importante que começo a capitanear é que a gente endureça a legislação federal. Crime de terrorismo tem que ter pena de 30 anos em regime fechado, sem progressão”, defendeu.
Hoje, a lei prevê de 12 a 30 anos, dependendo do caso, e os condenados podem acabar no semiaberto, por exemplo.
Terror na Zona Oeste
Veja os locais em que alguns ônibus foram queimados no Rio de Janeiro
Os incêndios criminosos aconteceram após a morte de Matheus da Silva Rezende na Zona Oeste do Rio. Ele foi baleado por policiais civis depois de um confronto, mas chegou morto ao hospital.
Matheus era sobrinho do miliciano mais procurado do RJ, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e apontado como o 02 do grupo paramilitar.
Em represália a sua morte, 35 ônibus, um trem e diversos carros foram incendiados a mando de criminosos. Esse foi o dia com mais coletivos incendiados na história da cidade, segundo o Rio Ônibus.